PRISCILA SOUZA DAMAZIO PIOL – O lugar da cultura escrita nos documentos legais e oficiais da educação infantil: “mais respeito, eu sou criança!”

Postado por: ppge

RESUMO

 

Este estudo teve por objetivo identificar e analisar o lugar que a cultura escrita ocupa nos documentos legais e oficiais que orientam o trabalho pedagógico na Educação Infantil. O interesse pela temática surgiu em nossa formação acadêmica e profissional, que nos instigou a pesquisar sobre a cultura escrita na Educação Infantil, pois, a cada dia, aquela ocupa um espaço maior nas ações educativas, tanto com crianças de zero a três anos, quanto com as de quatro até seis anos. Como escolha teórica, nossos estudos estão subsidiados pela abordagem histórico-cultural e sua contribuição para o entendimento da apropriação da cultura escrita pela criança pequena. Realizamos uma pesquisa documental e bibliográfica, identificando e analisando os documentos oficiais e legais da Educação Infantil, de 1994 a 2015, bem como livros e outras produções de Lev Semionovich Vigotski e estudiosos pautados na teoria histórico-cultural, em especial Mello (2005, 2006, 2010, 2012) e Souza (1999, 2008, 2014, 2015). A partir dos documentos analisados, pudemos concluir que, das treze publicações que discutem Educação Infantil selecionadas para esta pesquisa, cinco levantam discussões sobre o trabalho com a escrita na Educação Infantil, e todas elas compreendem a criança como um sujeito ativo, capaz e que se desenvolve enquanto brinca. Os cinco que se propõem discutir a escrita, embasados em estudiosos/as que compreendem a criança como um sujeito ativo, capaz, construtor de cultura e nela construído, enfatizam um trabalho articulado com outras linguagens. Em nenhum documento é orientada a alfabetização de crianças na Educação Infantil, mas todos propõem um trabalho com a cultura escrita que fortalece a compreensão de criança que se desenvolve enquanto brinca e que se relaciona com a escrita como produção cultural. Assim, a partir do enfoque histórico-cultural, identificamos caminhos para a superação de práticas pedagógicas descontextualizadas e elementos para (re)pensar a criança, de modo que tenha vez, que possamos ouvi-la e que ela seja considerada na elaboração do planejamento pedagógico, fio condutor do trabalho do/a professor/a, ou seja, que possamos ter respeito pela criança, suas aprendizagens e desenvolvimento.

 

Palavras-chave: cultura escrita; criança; Educação Infantil; teoria histórico-cultural.