NATHALIA CLARO MOREIRA – Educação e Protagonismo Indígena em Mojos (Bolívia, Século XVII)
RESUMO
A presente dissertação objetivou analisar as práticas de Educação Informal dos indígenas da antiga jurisdição jesuítica de Mojos (atual Departamento de Beni, Bolívia). A análise derivou da interpretação da epistolografia produzida por missionários jesuítas no século XVII. O objetivo foi interpretar as manifestações culturais registradas nas cartas remetidas pelos missionários em seu trabalho empírico com os indígenas de Mojos como manifestações da Educação Informal Indígena. Objetivou-se, ainda, observar a capacidade de protagonismo da Educação Informal Indígena no contexto da implementação do sistema de missões religiosas pela colonização espanhola. O método Etno-histórico foi o aporte teórico privilegiado neste estudo, por se entender que a heurística fundante deste método supera as tradições científicas de base positivista e abre novas perspectivas de estudo do protagonismo das culturas indígenas e suas diferentes formas de manifestação, inclusive na Educação. Neste sentido, a pesquisa aborda a Educação Informal numa perspectiva interdisciplinar, pois contempla aspectos da área da História, utilizando de fontes documentais para apresentar uma interpretação sobre as práticas educativas dos indígenas de Mojos; e contempla aspectos da Antropologia na medida em que explora os variados conhecimentos e estratégias pedagógicas indígenas que excedem a educação formal e se relacionam com a elaboração das identidades étnicas e de seu protagonismo.
Palavras-Chave: Mojos; Epistolografia Jesuítica; Educação Informal; Epistemologia Indígena; Protagonismo Indígena.