JÉSSICA ZANETTI BRANDANI – Drogas: as representações sociais de professores de escolas da rede municipal de ensino
RESUMO
O fenômeno do consumo de drogas tornou-se, nas últimas décadas, de grande relevância social, em função do envolvimento cada vez maior de crianças e adolescentes com essa problemática, o que vem despertando a preocupação e o interesse de profissionais de diferentes áreas do conhecimento científico. No Brasil, estudos epidemiológicos sobre o uso de drogas apontam taxas de prevalência em crianças e adolescentes entre 10 e 12 anos. Esse panorama aponta para a crescente necessidade de adotar medidas de prevenção ao uso de drogas. Diante disso, o objetivo deste estudo foi conhecer as representações sociais dos professores do ensino fundamental de escolas municipais sobre o tema drogas. Como instrumentos de coleta de dados foram utilizados entrevistas e questionários. A amostra foi composta por dez professores da rede municipal de ensino da cidade de Corumbá, e a análise de dados ocorreu por meio da teoria da Análise de Conteúdo de Bardin; o referencial teórico usado é o da Teoria das Representações Sociais. Entre os resultados mais significativos, podemos destacar: a insegurança dos professores em relação a essa problemática social; o reconhecimento da necessidade de se implementarem ações preventivas nas escolas; o fato de as drogas serem associadas a atitudes negativas; o fato de as estratégias preventivas serem desenvolvidas pela maioria dos professores por meio de conversas em salas de aulas. Entre os entrevistados, apenas um já realizou capacitação sobre o tema, o que justifica o dado de que a maioria não se sente preparada para realizar atividades preventivas. De forma geral, os professores não conhecem as políticas de atendimento ao usuário de drogas e, portanto, ignoram as formas de encaminhamento desses alunos quando necessário. Embora tenham conhecimento dos temas transversais, essa prática só se dá quando a direção ou coordenação solicita palestras de profissionais externos à escola. A adolescência é considerada pelos sujeitos como a fase mais vulnerável para o uso de drogas, problema atribuído à ausência de “estrutura familiar”.
Palavras-Chave: Representações Sociais. Drogas. Prevenção.