YANETH DURAN BARON – Meninas da guerrilla: gênero e educação em situação de conflito armado na Colômbia
RESUMO
Embora se reconheça no âmbito internacional a existência da defesa de direitos dos meninos, meninas e adolescentes (Convenção Internacional dos Direitos da Criança, 1979), tendo a Colômbia como signatária dessa premissa, ainda em 2016 coexiste como problema a situação de exposição dessas crianças e adolescentes à violação de seus direitos fundamentais nos territórios envolvidos em conflitos armados no país. A Colômbia possui aproximadamente 47 milhões de habitantes, onde 32% da população são compostas por crianças e adolescentes.
Segundo a UNICEF, existem na Colômbia 2.182.707 de meninos e meninas em situação de violência. Numa perspectiva científica, ainda existem vazios não alcançados em pesquisas das áreas da educação, de equidade de gênero e sobre a introdução de processos de cultura de paz nas regiões da guerrilha que acometeu a Colômbia nos últimos 50 anos, com foco na questão da inclusão de meninas e adolescentes ex-combatentes do conflito armado, na educação formal. Em termos metodológicos optou-se pela análise documental nacional e internacional, seleção e leitura aprofundada de bibliografia relacionada às temáticas abordadas no estudo.
Como técnicas de pesquisa, foram utilizadas entrevistas semiestruturadas e estudo de caso, com o objetivo de conhecer e analisar as necessidades, deficiências ou potencialidades da educação formal de meninas e adolescentes ex-combatentes em situação de conflito armado em Bucaramanga, na região de Santander, Colômbia. Durante as análises do material coletado, verificou-se que as proposições do Acordo de Paz assinado recentemente ainda não apresentam reflexos na área da educação, no entanto, vislumbra possibilidades, embora os sujeitos entrevistados não se sintam preparados para resolver questões dentro e fora da escola numa situação de pós-conflito, seja pelo desconhecimento sobre políticas públicas para meninas ex-combatentes da guerrilha, antes e após os acordos entre o governo colombiano e as FARC-EP ou por outras representações sociais.
PALAVRAS-CHAVES: Educação, conflito armado, guerrilha colombiana, meninas da guerrilha.