JULIANA CLÁUDIA TEIXEIRA GOMES BORGES AMORIM – Formação Continuada de professores de língua portuguesa: olhar docente

Postado por: gabrielaosinaga

RESUMO
Esta pesquisa teve como finalidade analisar a percepção do professor de Língua Portuguesa da rede municipal de Corumbá-MS (REME) acerca da formação continuada. Parte do pressuposto de que, na prática, a formação continuada de professores ainda é moldada tendo o professor como objeto e não sujeito, de maneira que pouco participa desse processo e que, talvez por isso, não se aproprie do aprendizado recebido. As questões norteadoras do estudo foram as seguintes: qual a importância do professor continuar a se formar depois de licenciado? O professor considera a formação continuada uma necessidade ou algo imposto? Uma vez formado, pelo que espera? O que traz de conhecimento? Suas necessidades formativas são atendidas? As situações problemáticas são trabalhadas nos espaços de formação? O professor busca dar continuidade em sua formação? Numa abordagem qualitativa, a pesquisa contou, primeiramente, com revisão bibliográfica, a partir dos descritores: formação continuada; professores de Língua Portuguesa; 6° ao 9° ano do Ensino Fundamental; prática docente, prática pedagógica, exercício docente; e capital cultural. Como instrumentos metodológicos foram conduzidas entrevistas com roteiro semiestruturado com seis professores, sendo três com, no mínimo, dois a cinco anos de atuação e três com mais de 20 anos de atuação, de diferentes escolas. Também foi realizado um mapeamento dos cursos de formação continuada oferecidos no município durante o período de 2011 a 2015, junto à Secretaria Municipal de Educação (SEMED) de Corumbá-MS, mais especificamente ao Núcleo de Estudos de Língua Portuguesa. Constatou-se uma formação continuada com parca contemplação de temas específicos sobre a Língua Portuguesa e baseada em assuntos mais pontuais, como a realização das Olimpíadas de Língua Portuguesa, Provinha Brasil e sobre resultados estatísticos, como o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Encontrou-se uma maioria de professores pouco satisfeita com os cursos de formação em serviço dos quais participa, não leitora, e que acredita que há uma exaustão de temas pouco interessantes, desvinculados da realidade escolar, e ministrados por profissionais ainda pouco experientes e sem vivência de sala de aula. Eles esperam por uma formação de ordem prática, que atenda às necessidades do cotidiano escolar e que, sobretudo, não os aponte como culpados pelo fracasso escolar. Buscou-se, com esse estudo, contribuir com as discussões sobre a formação de professores no âmbito da formação continuada.

Palavras-chave: Formação continuada. Professores. Língua Portuguesa. Capital cultural.