ESTEFANIA MANHOLER – Educação Infantil: Sentido Pessoal da Atividade de Ensino na Educação de Crianças de Zero a Três Anos

Postado por: Gilmar Lossa

RESUMO: O processo educativo deve ocorrer desde os primeiros anos de vida e ser realizado em espaços institucionais, de modo intencional e orientado para o desenvolvimento integral e integrado das crianças. A partir da perspectiva histórico-cultural, em específico da teoria de Alexei Leontiev, é possível compreender que toda atividade humana possui um significado social, no qual é apropriado pela consciência do indivíduo ao atribuir a esse significado um sentido pessoal; caso esse não seja condizente com o significado social, tem-se a atividade alienada. Para professoras da educação de zero a três anos, tal dinâmica faz-se relevante na medida em que a criança é compreendida como sujeito de direitos, em especial, ao de um espaço formal de socialização e ampliação de experiências e conhecimentos, sendo o professor fundamental na mediação do processo de humanização delas. Assim, o objetivo geral da pesquisa, de caráter qualitativo, é compreender o sentido pessoal que as educadoras atribuem a sua atividade de ensino, tendo como objetivos específicos identificar como os profissionais enxergam e exercem o seu papel na Educação Infantil tendo em vista a formação do ser humano; discutir, em termos práticos, a partir da Teoria histórico-cultural THC, sobre como aproximar sentido pessoal e significado social do trabalho docente e, ainda, refletir sobre a relação entre sentido e significado do trabalho docente da e na creche enquanto espaço de humanização. As participantes colaboradoras foram três profissionais de creches públicas do município de Corumbá/MS, selecionadas a partir do critério de tempo de atuação profissional na Educação Infantil; sendo uma com até 5 anos de experiência, outra entre 5 e 10 anos e a última com mais de 10 anos, considerando que o critério tempo de atuação na profissão foi atribuído à atividade de ensino por sofrer influências do tempo de experiência. A entrevista semiestruturada foi utilizada para a coleta dos dados, e a análise realizada a partir da teoria dos núcleos de significação. A partir das análises realizadas, foi possível refletir sobre o fato de haver concepções não condizentes com o que se espera da docência na Educação Infantil no discurso das professoras mesmo após anos de experiência e formações realizadas, sejam elas em nível de graduação, de pós-graduação ou formações continuadas diversas. Pelos dados obtidos, não é possível confirmar a hipótese inicial de que haveria diferença na atribuição de sentidos de acordo com o tempo de atuação, mas há de que os sentidos mudem de acordo com a formação, ainda que não de forma determinante. As contradições presentes nas falas das professoras demonstram como a atribuição de sentidos pessoais e a construção de motivos são complexas e variáveis. A análise reforça a importância de olhar para a formação, para a necessidade de considerá-la como um meio pelo qual os indivíduos constroem e reconstroem suas concepções, compreendem o contexto no qual estão inseridos e podem desenvolver a consciência de sua classe.

Palavras-chave: Educadoras de Creche, Sentido e Significado, Formação de Professores.

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