QUÉZIA ELOISE FRANÇA DA SILVA – ASSÉDIO MORAL NA UNIVERSIDADE: IMPACTOS DO GERENCIALISMO NO TRABALHO E SAÚDE MENTAL DOCENTE.
RESUMO
As características da nova organização de trabalho pautada no neoliberalismo, fez com que o mercado passasse a estabelecer seus valores em produção, qualidade e eficiência também nas universidades. A propagação do produtivismo tem ganhado cada vez mais espaço na educação pública superior, transformando o trabalho dos professores e a função da academia. A organização passa a tratar tudo e todos como mera mercadoria, assim como a atividade docente. A partir das exigências impostas pelo capitalismo, os trabalhadores passaram a ser vistos como capital humano, pois sua capacidade em inovar, seu olhar atento aos clientes e sua flexibilidade nas atividades se tornaram matéria-prima para quem emprega. Com o aumento das exigências, cobranças e pressão, o sofrimento recorre da organização e afeta diretamente os trabalhadores, tanto sua saúde física quanto mental. A organização desenvolve em cada trabalhador o desejo de se destacar, interferindo dessa forma nas relações dentro do espaço laboral, tendo como uma de suas consequências o surgimento da patologia da violência intitulada assédio moral. A psicodinâmica do trabalho (PDT) vem estabelecer e discutir o sofrimento/prazer que são decorrentes do trabalho. Portanto o objetivo dessa pesquisa baseia-se em traçar o estado da arte por meio da revisão sistemática dos estudos já publicados a respeito do assédio moral de docentes no ambiente universitário, para compreender qual a relação da organização de trabalho com o surgimento do assédio moral e quais os efeitos desse tipo de violência na vida e saúde dos/as professores/as. Ao analisar os estudos já publicados a respeito da temática, verificou-se que para os docentes que já foram vítimas ou ainda são vítimas do assédio moral, a sobrecarga de trabalho é a característica que mais se destaca da organização e as consequências mais presentes na relação adoecedora com o outro, se encontra os aspectos psicopatológicos como o estresse, medo e ansiedade. Além do exposto, os estudos apontarem a necessidade de discussão da temática no espaço laboral. Como proposta de intervenção, entende-se que há a necessidade de as instituições discutirem mais sobre essa violência, bem como devem investir em campanhas e palestras para que os trabalhadores/docentes consigam enfrentar essa violência para que a mesma deixe de ser naturalizada.
Palavras-Chave: assédio moral; educação;organização do trabalho;docente.
RESUMEN
Las características de la nueva organización del trabajo basada en el neoliberalismo, hicieron que el mercado pasara a fijar sus valores en la producción, la calidad y la eficiencia, y ha estado vigente en las universidades. La propagación del productivismo, ha ganado cada vez más espacio, transformando el trabajo de los docentes y la función de la academia. La organización pasa a tratar todo ya todos como mera mercancía, así como la actividad docente. A partir de las exigencias impuestas por el capitalismo, los trabajadores pasaron a ser vistos como capital humano, pues su capacidad de innovar, su mirada atenta a los clientes y su flexibilidad en las actividades se convirtieron en materia prima para quienes los emplean. Con el aumento de las exigencias, cargas y presiones, el sufrimiento se repite en la organización y afecta directamente a los trabajadores, tanto en su salud física como psíquica. La organización desarrolla en cada trabajador el deseo de sobresalir, interfiriendo así en las relaciones dentro del espacio de trabajo, lo que en consecuencia da lugar a la patología de violencia denominada acoso moral. La psicodinámica del trabajo (PDT) establece y discute el sufrimiento/placer que resulta del trabajo. Por lo tanto, el objetivo de esta investigación se basa en rastrear el estado
del arte a través de la revisión sistemática de estudios ya publicados sobre el acoso moral de los profesores en el ámbito universitario, para comprender la relación entre la organización del trabajo y la aparición del acoso moral y cuáles son. los efectos de este tipo de violencia en la vida y salud de los docentes. Al analizar los estudios ya publicados sobre el tema, se encontró que para los docentes que ya han sido víctimas o aún son víctimas de acoso moral, viven con sobrecarga de trabajo y las consecuencias más presentes en la relación enfermiza con el otro, son los aspectos
psicopatológicos. como el estrés, el miedo y la ansiedad. Además de lo anterior, los estudios apuntan para la necesidad de discusión del tema en el lugar de trabajo. Como propuesta de intervención, se entiende que existe la necesidad de que las instituciones discutan más sobre esta violencia, así como invertir en campañas y charlas para que los trabajadores/docentes puedan enfrentar esta violencia para que deje de ser naturalizada.
Palabras clave: acoso moral; educación; organización del trabajo; docente.